Nos primeiros seis meses do ano, a faturação da Century 21 Portugal registou, em termos
homólogos, um crescimento de 10% no primeiro trimestre do ano (21,503,241 euros) e de 24% no
segundo (27,093,813 euros). Estes são indicadores positivos que continuam a contrariar as
perspetivas iniciais de resistência nas transações imobiliárias que marcaram o arranque do ano
e confirmam o otimismo que se viveu no primeiro quadrimestre, com a economia portuguesa e
o mercado imobiliário a darem uma boa resposta.
O crescimento da faturação foi acompanhado por uma subida também no volume de vendas
no primeiro semestre, agora nos 1 767 milhões de euros, em linha com o total de 8830 transações
de vendas da Century 21 Portugal.
Além do aumento no total de transações de vendas, também o total de arrendamentos
aumentou, em termos homólogos, 10% no primeiro trimestre (1256) e 13% no segundo (1291).
“Podemos destacar a alteração de tendência do primeiro para o segundo trimestre. Os dados
do INE foram de quebra nas transações superior a 4% (-4%), mas a Century 21 Portugal conseguiu
manter o nível de 2023, com uma variação positiva de 1% no primeiro trimestre e 9% no segundo,
fazendo o esforço de identificar imóveis mais ajustados ao poder de compra dos portugueses,
reduzindo o valor médio de transação. Uma estratégia que permitiu aumentar as transações em
5% no semestre”, destaca Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal.
71% das vendas foram feitas com clientes nacionais. No entanto, Portugal continuou também a
destacar-se no mercado internacional, com um desempenho que prova que já conseguiu
conquistar o seu espaço além-fronteiras, através da sua resiliência e atratividade. EUA, França,
Reino Unido, Alemanha e Holanda estão no topo dos países que lideram as compras.
TRAJETÓRIA DO PREÇO MÉDIO DE VENDA
Nos resultados da Century 21 Portugal relativos aos primeiros seis meses do ano, percebe-se ainda
que 2024 arrancou com uma clara demonstração do impacto da limitação do poder de compra
dos portugueses, com as famílias a rever os seus critérios de seleção de casa, abdicando do
tamanho (casas mais pequenas), selecionando diferentes zonas da cidade ou outras localidades
nas periferias. Como consequência, o preço médio de venda no primeiro semestre foi de 190,429
euros, menos 4% do que no período homólogo.
Já no primeiro trimestre tinha ficado claro que a elasticidade da procura nacional tinha chegado
ao seu limite e o poder de compra começava a limitar as escolhas dos portugueses, que
passaram a ter de optar por casas menores, nas zonas periféricas do centro e nas zonas
suburbanas.
“Portugal foi o 7.º país que registou a maior subida homóloga dos preços das casas à venda no
início de 2024, segundo o Eurostat. Contudo, os dados mostram uma desaceleração dessa
subida em Portugal. A falta de oferta nas principais áreas metropolitanas e o movimento das
famílias entre concelhos está a sustentar estas subidas de preços. No entanto, e como
demonstram os nossos resultados, com a diminuição do valor médio de transação, a elasticidade
da procura nacional parece estar no seu limite”, evidencia Ricardo Sousa.
OS DESAFIOS DO SETOR
O desafio do acesso a habitação é muito complexo e não há uma medida isolada que tenha
um impacto significativo. Temos em Portugal um problema estrutural, neste sentido destacamos
duas medidas que fazem parte do programa do Governo que, claramente, obrigam a um
consenso e compromisso alargado de todos os partidos com assento parlamentar e dos
diferentes municípios, tendo em conta que o horizonte temporal da sua execução e obtenção
de resultados implica uma visão estratégica de longo prazo.
- Mobilidade urbana: A modernização e expansão das linhas de metro e comboio, o
aumento dos perímetros urbanos, reforço da frequência e promoção da concorrência
na ferrovia (especialmente em áreas metropolitanas como Lisboa e Porto) é crucial.
Esta medida é essencial para facilitar o acesso a áreas com habitação mais acessível,
ligando melhor as zonas residenciais com os centros de emprego e educação - Revisão dos PDM e REGEU: Flexibilização das limitações de ocupação dos solos;
densidades urbanísticas (incluindo construção em altura) e exigências e requisitos
construtivos; bem como a possibilidade de aumento dos perímetros urbanos, garantindo
uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa
como forma de garantir acesso à habitação.
É ainda importante ter em conta medidas de curto prazo que proporcionem um apoio financeiro
extraordinário a agregados familiares realmente vulneráveis e jovens, que estejam com um
esforço igual ou superior a 50% do seu rendimento líquido disponível com habitação
Uso Interno
(arrendamento ou hipoteca) e também no acesso à habitação. É um erro qualquer medida de
incentivo e apoio à procura demasiado genérica.
“A recente medida de isenção de IMT, a garantia pública para facilitar o acesso a financiamento
e o Imposto do Selo para jovens até aos 35 anos soa como música para os ouvidos daqueles que
sonham com a primeira casa. Mas vamos ser realistas: a verdadeira barreira para a aquisição de
imóveis pelos jovens portugueses vai muito além dos impostos. Os baixos rendimentos e a
precariedade dos primeiros empregos são obstáculos muito mais significativos, que a isenção
fiscal não resolve”, salienta ainda Ricardo Sousa, CEO da Century21 Portugal, acrescentando:
“Para enfrentar de verdade esta crise, é crucial que se consiga aumentar a oferta de imóveis,
especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Algarve.”